quinta-feira, 26 de maio de 2011

Soneto lunar


SONETO LUNAR

A lua a espiar atrás do monte
Vê tudo acontecer entre nós dois
Num doce murmúrio nasce a fonte
Pelo pedrisco do riacho vai depois

Não sei se a lua é a mesma que nos viu
A gargalhar na noite abraçados
Mas com certeza nos seguiu
Na cama das areias, silenciados

E o barco que nos trouxe desse rio
Entre aguapés e folhas flutuantes
Guarda segredos daquele que partiu

Ficou um fogo aceso, um desvario
Assobio de saci no bambuzal...
Raio prata no lençol tatuado no braço do rio

Gladis Deble

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