terça-feira, 25 de maio de 2010

Casulo

Casulo

No miolo delicado do ninho
Lá onde nasce o casulo de versos
que fomenta as pulsações,
frágeis sinais de promessa
mantém o calor da vida
e a roda das estações
sopra a friagem na rua.
No silêncio tem respostas
como a pausa da orquestra
segura todo o universo
de estrelas, constelações.

Gladis Deble



quarta-feira, 19 de maio de 2010

Cartilha


Cartilha

Mágica cartilha de versos
onde desenho meus mapas
Lá eu recrio seus passos
redemoinhos de rio.
Sinalizo com imagens
lugares que não passei
tem vestigio de viagens
e com voce já andei.
Na mensagem da garrafa
sou água do continente
sou a tinta que descreve
um país tão diferente.
Aparo algumas arestas
acrescento algum carinho
e a ternura vai surgindo
nos ícones do pergaminho.
Tem caravelas de mar
e tem barquinho de rio
conchas, botos e sereias
Na nossa lenda pessoal
tem tudo, mas não tem frio.

Gladis Deble




domingo, 16 de maio de 2010

Todas as brisas

Todas as brisas

No ápice agudo dos telhados
a rosa dos ventos
distribui seus legados.

Lá onde são desenroladas
todas as brisas,
o canto da ventania
desprende o sopro penetrante
e o tropel da invernia
lança suas flechas,
atinge meu peito e grita
seu nome no temporal.
Entro em casa fugindo
da tempestade de vento,
no reflexo da vidraça
seu olhar que não verei,
mas esta dor eu já sei
sempre me acerta e me acha.

Gladis Deble



domingo, 9 de maio de 2010

Como cantar em Havana

Como cantar em Havana


Numa mistura que sente
de sentimentos diversos
toda poesia pressente.

Traz conforto à abordagem
muita paz e confiança
marca feito tatuagem.

Há momentos de aflição
perde a terra sob os pés
vem na boca o coração
tendo medo do revés.

Nos instantes musicais
tem serenatas diurnas
flui alegria demais
é como cantar em Havana.

Gladis Deble



sábado, 8 de maio de 2010

Maria Poesia

Maria poesia

Ó Mãe, saudade...
escrever para ti
eu tenho dificuldade.
Mas tu, minha Maria
é a causa principal
da minha poesia.
Minha melhor professora
nesta estadia na terra,
a maior facilitadora.
Cercou a filha de mimos
com requintes de princesa,
ensinou-me a fazer rimas
e os códigos da natureza.
Se o clima ficava tenso
impulsionava meus sonhos.
Parocinadora das artes.
Se precisava opinar tinha juízo de sobra
votava com genro e nora
esquecia do papel de sogra.

Gladis Deble



quinta-feira, 6 de maio de 2010

Quando

Quando ll

Quando não me amo
a tortura chega e
instala seus tentáculos

Quando eu me dano
a noite se encarrega
e faz os seus estragos

Quando eu me acho
todo verso se encaixa
O marujo faz festa no coração
E vai além da rebentação...

Gladis Deble



segunda-feira, 3 de maio de 2010

O Vazio





O Vazio

O vazio que aqui ficou
quando o laço se rompeu
mostra o caminho sem volta
que meu corpo percorreu.

Gladis Deble

Fragmento


Fragmento


Será que foi noutra história
Será que foi outra vida?!
A minha mente esquecida
Perdeu-se na noite escura
Luzindo no pó das estrelas
Que teu poema costurava
Num fragmento do tempo
Que escapou das areias,
Embarquei na mesma nave
Onde teu verso brilhava.

Gladis Deble