quinta-feira, 26 de abril de 2012

ROSAS DE ABRIL



ROSAS DE ABRIL

No ritmo quaternário
São tecidas as estações.
A natureza trabalha,
Faz madeira e vibrações ...
E a maneira com que toca
as cordas de uma canção
destila rosas de abril .
Borboletas no tecido,
vão mudando as emoções,
Até que a nota sutil,
abre em flor o coração.

Gladis Deble

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VIDA-ESCOLA


VIDA-ESCOLA

Dizem que o mundo é escola
nós, alunos desatentos...
Reprovados repetimos
a lição negligenciada.

Se aprovados seguimos
outra etapa a vivenciar.
Colhemos sempre os frutos
da semente semeada.

Algum espinho machuca?
Uma pétala consola!
Sempre evola algum perfume
para alunos desta escola.

Gladis Deble

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REDOMA



REDOMA

No alto de uma redoma
pus meus sonhos projetados,
e os segredos escondidos
que nos versos costurei,
vão fiando o dia a dia
no tecido das vivências
pois o corpo do poema
é uma lira sentida,
sempre a tocar comovida
a corda nova da aurora...

Eu protejo o nosso amor
Como tiara de pedras
que brilha ao bater o sol
No alto de uma redoma...

Gladis Deble

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Derretida


Derretida

Derrete o sol no horizonte
a água mansa é certeza...
Correm rumores na brisa
por conta dessas belezas

Meus pés refrescam do dia
vai minh'alma na corrente
e eu crio mais poesia
transbordando de contente.

Gladis Deble

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quarta-feira, 11 de abril de 2012

AGRADECER


AGRADECER

Na semeadura das estações
lançar sementes de abundância
Plantar os frutos na terra fértil
e sempre que a chuva intercalada
com o sol amável, nos ajudar...
Colher os pomos com novo alento
Nunca esquecer de agradecer
pela colheita e pelo alimento.

Gladis Deble

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Memórias de uma borboleta



Memórias de uma borboleta

Um corpo frágil de borboleta
dança no brisa ao esgueirar-se
Quando sem viço, feia e inútil
guarda resquício de outra fase.

Rola na terra
tecendo a fibra
da própria asa...

Cumpre no ar sua missão
renova as flores,
Transporta a vida
Polinizando em nova versão.

Ela não conta as várias crises
Não lembra as dores
daqui do chão.

Dança no ar iridicente
Só beija pétalas
da nova estação.

Gladis Deble

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CIÚME


CIÚME

Desprendo chispas  do olhar
quando o ciúme me abate
conjugações  verbalizo
quando tramamos combate

É difícil dominar
esta fera do ciúme
Apaga a luz do pensar
carrega do amor o lume

Quando instalado na mente
rouba tudo ao sentimento
Mina a alma sutilmente
esse tirano elemento.

Gladis Deble

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DESVIOS...




DESVIOS...

Enlaçamos nossos passos
enredamos os caminhos;
fomos sempre um do outro
em perfeita sintonia.
Desviamos do tratado,
Nossos corpos criativos
criaram outro traçado
e no desvio do destino:
O amor passou batido.

Gladis Deble

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quarta-feira, 4 de abril de 2012

Casa de gnomos


Casa de gnomos

Era um bosque sem brumas
casa encravada na terra
e na encosta de pedras
a natureza impera ...
As águas brotam da mina
e o verdor dessas paragens
reflete bem o que somos,
elementais protetores,
numa casa de gnomos.

Gladis Deble

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POÉTICA PESSOAL


POÉTICA PESSOAL

Na produção caprichada
Objetos de um passado
resgatam nossas memórias.
Perpetuados na lembrança
condensam delicadezas ...
E as vivências anotadas,
catalogados os poemas
ao amor eu dediquei.

Publicações de romances
Poética pessoal,
que no escaninho do tempo
escondidos conservei.
As nossas cartas de amor
juntas formam um compêndio,
Só de lembrar nosso amor,
nos versos provoca incêndio.

Gladis Deble

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Des[apontamentos]


Des[apontamentos]

Um exercício informal
eu refaço todo dia
O desenho ao natural
dessa trama que me guia.
A arte dita o que sigo
e eu mergulho ilusionista
das palavras e sentidos.
Algumas sombras
já desceram com a noite
ainda procuro a luz;
Sempre a alegria persigo.
Mas os espantos transformam
todo des[apontamento] em poesia.

Gladis Deble 

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Alfa e ômega



Alfa e ômega

Oscilando na clareira
Como uma haste de flor
Escapava dos abismos
Ia ao encontro do amor

Sob a névoa tão fugaz
pronunciei teu nome puro
Nos meus caminhos, a paz
Sempre encontra  quem procura

Os seres da madrugada
Cruzam os raios do luar
Para deitarem juntos
E nosso amor celebrar

Íntimos e distantes
como alfa e ômega
A chave é o signo
que une os amantes.

Gladis Deble

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