sexta-feira, 18 de maio de 2012

Outono


Outono

Folhas rolam em torvelinho
formam texturas e tramas.
Tapetes misturam cores.
Ocres desprendem dos galhos,
Pardos na palha dos ninhos.
Vermelhos os frutos do outono
e a cabeleira da deusa esparramada.

Gladis Deble

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Paisagens Caiadas



Paisagens Caiadas

Lua cheia mês de maio
de prata cobre a terra,
Tece contas de um rosário
brilho ancestral ela encerra

A paisagem caiada dessa noite
Os segredos longínquos denuncia.
Cintilam estrelas nos quadrantes,
Abrem  asas ao vento, assombrações...

E as corolas lunares tão brilhantes,
na gangorra dos ventos,
vem brincar...

Gladis Deble

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Fascínio


Fascínio

Quando essa lua nos chega
e ilumina os recantos
transfixada de luz
resolvo todo meu pranto

Um anjo espalha fulgores
entre os lírios do canteiro.
É intenso meu delírio
ancoram novos amores

Desenho novo roteiro
procurando simetria.
Estendes amplo domínio
é teu lume meu fascínio.

Gladis Deble

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Espera




Espera

Meu coração, uma ilha
sozinho ao sabor do vento.
Fustigado e sem conforto,
espera por seu retorno

Risca um barco o aguaceiro
a meditar na saudade,
São seus remos fortes braços
a prometer aconchego.

Gladis Deble


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terça-feira, 8 de maio de 2012

JANELA DA CAPELA



JANELA DA CAPELA

Se é de pedra a capela
nossas preces são sussurros.
Amarelos, asas do sol
vem desenhar na janela.
Quimeras rondam na esquina,
Confissões quebram segredos.
Os sinos espalham rumores
de amores clandestinos.

Gladis Deble

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Para o amor




Para o amor

Prepara as artes do corpo;
estratégias de mulher ...
Seus arsenais são segredos
que envolvem certo mistério...
Suas armas preparadas,
leves pétalas de flores.
O espelho um aliado,
sabe todosw os desejos.
Na alma o giro do tempo
Tem em si todas as rosas.
Elos da metamorfose
Construída para o amor.

Gladis Deble


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HISTÓRIAS...



HISTÓRIAS...

Este veleiro que parte
todo dia a navegar...
Rumo ao pesqueiro da lua
Sob o céu a flutuar
Tem no tramado das redes
tanta história prá contar.

Gladis Deble

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DO OUTRO LADO


DO OUTRO LADO

Percorro novos caminhos
de mãos dadas com o verso,
Na linha da poesia
cruzo a ponte do criar ...
Cai algo das entrelinhas
que eu devia carregar
ao outro lado do rio.
Meu coração camuflado
quer voar em desvario.
Mas, o mantenho na linha
Vai como um balão de gás
atado a ponta do fio.

Gladis Deble

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