terça-feira, 12 de junho de 2012

Pombo-correio




Pombo-correio

Contornos ciliares da floresta
abrigam aves diversas.
E os galhos rebatidos
que não vês
formam ecos de pios
em minhas costas ...

A saudade improvisa um código
minha mão na janela
sabe que você veio ...
E esse barco encalhado
num banco de areia
e os portos devastados,
estagnados na névoa
das cidades.

Sopram ventos na praia
sons de búzios,
madeiras de naufrágio,
garrafas quase cheias.
Um rumor de asa
pressagia meu seio...
Cai a tarde e tu chegas;
Pombo-correio.

Gladis Deble


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