terça-feira, 21 de junho de 2011

SOMBRAS


SOMBRAS

Se eu soubesse como retornar
desviava do fantasma que me segue
e esta sombra fiel a me rondar
é um véu violeta, ainda que breve...

Perdi o referencial, não sei quem sou
estrela, verme, pedaço de luar
Uma centelha do raio que passou,
meus fados vou cumprindo a penar

Qual montanha que gelo tem no alto
o manto de neve esconde lava
Oculta um coração em sobressalto
sigo a chorar na vida, turva e vaga

Pareço o pranto dos poetas que partiram
claustros antigos sob o fumo esvaem
Vulcões em convulsões se repartiram

Sigo demente fugindo das quimeras
com gelo entre as sombras do inverno
mesmo cantando em plena primavera.

Gladis Deble

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