ESTIMAR-TE
Ao avistar-te a mesa de um café devasso
Sentado, firme e indiferente ao passo,
Senti vontade de sentar contigo
Ou pedir que me oferecesse o braço
Queria que largasse o absinto
e todas as garrafas suspendesse
embevecido ouvindo o que sinto
Tu meu português, sendo bom e leal
ouvi quando disseste"aí vem ela"
assustada e alegre sorri jovial
Senti o teu olhar que me seguia
cruzando a vidraça do portal
no meu vestido simples eu tremia
E na cintura fina senti roçar teu braço
na tépida manhã com rebuliço de pombas
quando tocou o sino a catedral
Você é forte, um belo de um poeta
eu só uma pombinha embaraçada
parei para dedicar-lhe uma quadrinha
e sigo a estimar-te inquieta.
Gladis Deble
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