quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O Sonho e o Chá



O Sonho e o Chá

A senda que é mosaico
dos meus sonhos
Risca desenhos que quero pintar
e alguma estrofe pronta para nascer.
Modulam ramos ao longo das veredas
onde caminho a carregar as flores
E no trajeto lírico do andar
eu quero meus fantasmas encontrar

Enquanto sirvo chá fitando o prato
resolvo o resgate da utopia

Sou a noiva com buque de laranjeiras
a esperar no limbo das trincheiras
que meu botão de verso vire flor.
Se contraditórios tornarem-se os discursos
ou ao descer a xícara eu não encontre o pires,
eu tento bancar o adivinho
e desço pela corda dos resgates
Viajo pela fenda desse sonho
e tento adiar o fim da linha.

Gladis Deble

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