Engano
Para que serve meu verso
Se não digo o que preciso
ou não entendo o que leio?
Nem meu veleiro de sonhos
que velejava veloz no mar azul ondulado
na enseada dos amores
agora sei, naufragou...
Se velejava solitária
e andava no fio do arame,
o meu mapa era confuso
agora é rio que passou.
Até o jardim encantado
com violas e canção,
agora é flor que murchou
as aves de migração
voaram todas pro norte.
Já casei com um navio
e fugi pra Portugal.
Não encontrei o Pessoa
e a fada não era eu...
Gladis Deble
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